Call of Duty Modern Warfare II inaugura uma fase promissora para a srie! Anlise / Review

Uma franquia anual tem a difícil missão de apresentar novidades constantemente, justificando seu lançamento para os jogadores. Pensando nisso, a Infinity Ward trouxe Modern Warfare (2019) para aprimorar a série para um novo nível, apostando em doses de estratégia e realismo, mas sem perder a essência de Call of Duty: tiroteios frenéticos e ação desenfreada.

Após Vanguard (2021) e Black Ops Cold War (2020) não conseguirem alcançar o sucesso de seu antecessor, a Infinty Ward traz Modern Warfare II (2022) para inaugurar uma fase de ouro para a série, chamada de Call of Duty 2.0.

Com a promessa de trazer o melhor jogo da franquia até hoje, Call of Duty Modern Warfare II aposta em decisões ousadas e tenta entregar a experiência mais completa até hoje, unindo veteranos e novatos. Será que a Infinity Ward conseguiu trazer um novo sucesso? Confira em nossa análise!

Call of Duty Modern Warfare II traz uma campanha que dura aproximadamente seis horas. Ela repete a temática do seu antecessor e coloca os heróis sacrificando sua própria moralidade para embarcarem em uma missão para proteger o mundo de ameaças que poderão causar a morte de milhares de inocentes.

Sob a tutela do General Shepard, a Task Force 141 retorna com o Capitão Price, Ghost e Soap para derrubarem Hassan Zyani, um perigoso oficial das Forças Armadas do Irã que jurou vingança pela morte do general Ghorbrani durante um negócio ilegal de armas entre seu país e a Rússia.

A novidade do título é também trazer o México como cenário e confrontos com o violento cartel de drogas Las Almas. Call of Duty sempre apostou no exagero e aqui não é diferente com a aliança entre os perigosos traficantes e as forças iranianas utilizando mísseis americanos.

E é justamente esse o problema da campanha: ela traz coisas demais para suas seis horas. A primeira metade é arrastada, com seções de furtividade longas e repetitivas, quebrando o ritmo de ação que os jogadores esperam. O próprio conflito com o cartel não é bem explorado, algo que decepciona.

Porém, a narrativa ainda possui momentos intensos e divertidos, como os jogadores esperam. Como tradição, a campanha acaba deixando um gancho promissor para o futuro, que abrirá um sorriso no rosto de quem jogou o título original.

Call of Duty Modern Warfare 2 traz a Infinity Ward com dois objetivos: trazer tudo o que funcionou em seu antecessor, mas com melhorias, e consertar tudo o que deixou os jogadores insatisfeitos. Notoriamente, essa decisão foi acertada e traz o multiplayer mais completo e divertido da franquia até hoje.

A movimentação sofreu refinamentos e além do tradicional deslize, o jogador também pode fazer um mergulho para cair na posição de bruços, algo útil para escapar de explosões e rajadas de tiros à distância. É também possível se segurar em bordas e sacar a arma secundária, mas não vi efeito prático durante os conflitos.

Outra novidade é que alguns cenários contam com água e introduzem o combate aquático, dando mais uma possibilidade estratégica aos jogadores. É possível nadar, mergulhar e até atirar debaixo d’água, com a física sendo respeitada e entregando momentos interessantes.

A grande estrela do multiplayer de Call of Duty são as armas e em Modern Warfare II, elas receberam uma atenção especial, se comportando de forma realista, com seu próprio recuo e particularidade. O novo armeiro permite que os jogadores testem diferentes combinações com até 5 acessórios em seus armamentos.

As vantagens retornam e são velhas conhecidas dos jogadores, mas com algumas novidades. Por exemplo, “Braços Fortes” permite jogar granadas mais longe e ver a trajetória, mas se você for jogador veterano irá achá-la desnecessária, já que com umas dez partidas você consegue calcular o caminho do objeto sem dificuldade.

A principal mudança é o que jogador não inicia a partida com todas as vantagens habilitadas. Você começa a partida com duas básicas e libera uma bônus após quatro minutos. Após oito minutos, é liberada a suprema com vantagens úteis, como diminuir as exigências para utilizar uma série de baixas, dando uma dinâmica interessante às partidas.

Porém, o golaço de Modern Warfare II é permitir que o jogador utilize série de pontos ou de baixas. Em suma, você poderá escolher se quer desbloquear equipamentos ao matar inimigos por pontos ou por sequência de mortes. A primeira é mais lenta, mas ideal para iniciantes que não conseguem ficar muito tempo vivo, enquanto a segunda prioriza os mais habilidosos.

Apesar de Modern Warfare (2019) ter acertado em muita coisa, ele derrapou em um dos principais pilares da série: os mapas. Isso gerou diversas frustrações, já que os cenários quebravam o combate direto por serem grandes demais e priorizavam os odiados “campers”, que ficavam entocados com seu rifle de longo alcance, abatendo os desavisados.

Modern Warfare II traz uma seleção de ouro com mapas que não deixarão os jogadores que buscam tiroteio intenso felizes. Eles são inspirados nos cenários da campanha, levando os jogadores para combates no México e no Oriente Médio.

O multiplayer do novo jogo traz modos 6 vs 6 jogadores como os tradicionais Mata-Mata em Equipe e Dominação, mas também traz outros mais dinâmicos como Resgate de Prisioneiro em que duas equipes precisarão salvar um refém e avançar até o ponto de extração, exigindo trabalho em equipe para o sucesso.

Para aqueles que querem uma experiência mais próxima do rival Battlefield, há a Guerra Terrestre que coloca 32 vs 32 jogadores em mapas de grandes proporções e veículos, como blindados até helicópteros, rendendo momentos épicos.

Porém, uma das principais novidades de Modern Warfare II é seu modo em terceira pessoa, trazendo uma nova perspectiva para os jogadores. Confesso que inicialmente detestei por estar acostumado a jogar em primeira pessoa, mas algumas partidas depois eu peguei o jeito e acabei me divertindo.

Outro modo interessante é o cooperativo, que permite que os jogadores completem objetivos juntos, sobrevivendo a hordas de inimigos armados até os dentes, exigindo coordenação e comunicação constante para completar a missão.

Call of Duty Modern Warfare II é, graficamente, o jogo mais impressionante da série. Apesar de ter versões para a geração passada, isso não atrapalhou seu desenvolvimento no PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Na campanha, há cenários de cair o queixo e cada personagem é criado de forma detalhada e realista, ampliando a sensação cinematográfica da aventura. No multiplayer, os cenários são bem construídos e fazem os jogadores se sentirem em confrontos dramáticos com ação intensa.

A parte sonora faz um trabalho magnífico em reproduzir todo o som das armas e cenários de guerra com bombardeios e helicópteros, por isso recomendo jogar com um bom headset ou soundbar para perceber todas as nuances. A dublagem brasileira traz novamente um trabalho de altíssima qualidade, ao ponto de parecer que o jogo foi produzido em nosso idioma pela sua naturalidade.

Porém, o jogo sofre com uns problemas técnicos. Em alguns momentos, encontrei erros no PlayStation 5 que fizeram o título ser encerrado repentinamente, além de bugs gráficos que faziam a iluminação piscar e a capa do Ghost se mexer sozinha de forma estranha. Torço para que as próximas atualizações resolvam isso para não atrapalhar a experiência.

Call of Duty Modern Warfare II acerta em aprimorar a fórmula clássica, sem perder a sua essência, e ao ouvir o feedback dos fãs para corrigir erros do passado.

Apesar de a campanha ter um problema de ritmo e perder uma oportunidade de ouro para trazer uma história ousada e diferente abordando o combate contra as drogas, seu multiplayer robusto brilha ao trazer a ação frenética consagrada em novos níveis.

Call of Duty Modern Warfare II já está disponível para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC via Battle.net e Steam.

*O TudoCelular agradece à assessoria da Activision por ceder uma cópia de Call of Duty Modern Warfare II no PlayStation 5 para análise!