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ANÁLISE: AMD Ryzen 7 5700G – enfim a iGPU Vega com um CPU potente

3 de agosto de 2021

O processador AMD Ryzen 7 5700G é um modelo high-end que se diferencia de modelos como o Ryzen 7 5800X pela presença de gráficos integrados. Inicialmente ele foi lançado apenas para integradoras (empresas que vendem computadores montados), porém está chegando também ao mercado DIY (Do It Yourself, faça você mesmo). Seu destaque é a presença de um competente processador Zen3 – o mesmo usado na série Ryzen 5000 sem gráficos – e um gráfico integrado baseado em Vega, além é claro dos 8 núcleos e 16 threads.

Site oficial do AMD Ryzen 7 5700G

Diferente de outras gerações que traziam para a série G uma tecnologia mais antiga que a presente na linha sem gráficos, dessa vez os Ryzen 5000G trazem os mesmos núcleos de processamento Zen3 presentes nos Ryzen 5000 “não G”, e também a mais moderna litografia de 7 nanômetros feitos pela TSMC.

O AMD Ryzen 7 5700G chega com o preço sugerido de US$ 359, se colocando entre o Core i7-11700 (US$233) e o Core i7-11700K (US$ 299) dos modelos disponíveis na rival Intel. Ele chega 100 dólares mais caro que o Ryzen 5 5600G, que traz um núcleo Vega a menos nos gráficos e com 6 núcleos e 12 threads. No momento que escrevemos essa análise, não há modelos a venda no Brasil.


Especificações técnicas

Comparativo

Preços

Especificações

Vídeo Integrado

Características Gerais

Processador Intel Core i7-11700 11ª Geração, Cache 16MB, 2.5 GHz (4.8GHz Turbo), LGA1200 – BX8070811700

Processador Intel Core i7-11700 11ª Geração, Cache 16MB, 2.5 GHz (4.8GHz Turbo), LGA1200 – BX8070811700

Processador Intel Core i7-11700K 11ª Geração, Cache 16MB, 3.6 GHz (4.9GHz Turbo), LGA1200 – BX8070811700K

Processador Intel Core i7-11700K 11ª Geração, Cache 16MB, 3.6 GHz (4.9GHz Turbo), LGA1200 – BX8070811700K


Cezanne em desktop

Os Ryzen 5000G tem como destaque introduzir a tecnolgia de processadores Zen3 em seus produtos com gráficos integrados. Na essência, o Cezanne traz as estruturas do Rennoir (Ryzen 4000G) atualizados com esses novos núcleos de processamento.

O Zen3 promete um ganho médio de 19% nas instruções por clock (IPC) comparado ao Zen2, usando de referência modelos de oito núcleos com o clock fixo em 4.0GHz no comparativo.


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Mesmo sem reduzir a litografia, melhorias da arquitetura no Zen3 evoluem a performance dos Ryzen 5000

Mesmo mantendo a mesma litografia, os 7nm FinFET da TSMC, melhorias no cache prefetching, motor de execução, branch predictor, micro-op cache, front-end e armazenamento de dados foram os fatores que contribuíram para essa evolução.

Outro ponto relevante foi a reorganização do complexo computacional da AMD (CCX). Na primeira e segunda geração da microarquitetura, o complexo contava com quatro núcleos que compartilhavam estruturas, como cache L3, e se comunicavam com outros núcleos via Infinity Fabric.

O Zen3 modifica essa estrutura, colocando um total de oito núcleos em um mesmo CCX. Essa união também aumentou a quantidade de cache, já que basicamente unifica os dois 16MB disponíveis nos CCXs anteriores em um único cache de nível L3 com 32MB acessível por todos os núcleos, sem o Infinity Fabric envolvido nessa comunicação.

Essa reestruturação reduz as latências de comunicação entre memórias e núcleos e também entre núcleos, pois reduz a necessidade de utilizar o Infinity Fabric, que realizava essa ponte entre diferentes CCXs e também com estruturas externas, como a memória RAM. Essa mudança traz impactos principalmente em cenários que dependem de baixa latência, como é o caso dos games.

Melhorias dos Zen3 impactam principalmente em cenários que dependem de latências e performance por thread, como é o caso de games

Falando em Infinity Fabric, a operação da memória é relevante para acelerar essa comunicação, e de acordo com a AMD, os clocks de 4000MHz são um patamar que pode ser possível de atingir, algo que na geração anterior se situava na casa dos 3800MHz. Como todo aumento de frequências, estamos falando de um overclock que poderá apresentar resultados diferentes de um modelo para o outro. 

Os processadores Ryzen 5000G precisam reestruturar algumas porções para acomodar os gráficos integrados, bem como rebalancear aspectos de consumo de energia, comparado aos modelos Zen3 sem os gráficos. O resultado é que eles possuem metade do cache L3 comparado com um processador “não G”. O design foi trabalhado sobre os CPUs Rennoir (Ryzen 4000G), então outro efeito colateral foi o PCIe, que continua na versão 3.0 com 24 linhas de comunicação.


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Fotos

O Ryzen 7 5700G segue o formato tradicional de todos os demais processadores soquete AM4. Por ter sido lançado depois das placas-mãe já comercializadas com suporte para esses novos modelos, é necessário uma atualização de BIOS das placas compatível para o suporte ao processador. Mesmo recentes modelos da linha X570S podem precisar do update de BIOS.

CPU chegou depois das mainboards, update de BIOS da placa-mãe é obrigatório

Abaixo algumas fotos do cooler Wraith Stealth que acompanha o processador:


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Sistema utilizado
Abaixo, detalhes sobre o sistema utilizado para os testes:

Máquinas utilizadas nos testes:
Todos os sistemas utilizaram componentes com mesmas características técnicas para os testes, com exceção da placa-mãe, que varia de acordo com a plataforma. Veja a configuração utilizada:

– Placa de vídeo: GeForce RTX 3080 [análise]
– Placa-mãe: Gigabyte X570S AERO G [site oficial]
– Memórias: 16GB G.Skill TridentZ @ 3200MHz (2x8GB) CL14
– SSD: Kingston Savage 240GB Sata 6Gb/s [análise]
– Cooler: Noctua NH-U12S [site oficial]
– Fonte de energia (PSU): Cooler Master V850 [site oficial]

Sistema Operacional e Drivers:
– Windows 10 64 Bits com Updates
– GeForce 471.xx

Aplicativos/Games:
– 7-Zip [site oficial]
– Adobe Premiere [site oficial]
– Blender [site oficial]
– CineBench R20 [site oficial]
– x264 Full HD Benchmark [download]
– HWBot x265 Benchmark [site oficial]
– V-Ray [site oficial]
– wPrime 1.55 [site oficial]
– WinRAR 5.x [site oficial]

– 3DMark (DX11)
– Assassin´s Creed Odyssey (DX11)
– Battlefield V (DX12)
– Grand Theft Auto V (DX11)
– Red Dead Redemption (Vulkan)
– The Division 2 (DX12)

CPU-Z/AIDA64
Através do CPU-Z e AIDA64, vemos algumas informações técnicas do processador, como modelo, clocks, número de núcleos e threads, etc. As memórias utilizam a frequência máxima indicada pelo fabricante do processador, no caso, 3200MHz.


Overclock

Para o overclock do Ryzen 7 5700G colocamos todos os 8 núcleos trabalhando em 4.7GHz, com tensão definida em 1.35v. Utilizamos o cooler Noctua NH-U12S como sempre, mesmo em todos os demais comparativos.

Provavelmente com uma tensão mais alta, pode ser possível alcançar clocks mais altos, mas nesse caso é indicado um cooler mais eficiente, 

OBS.: Faça overclock por sua conta e risco, e evite deixar o CPU com tensões altas por muito tempo.


Consumo de energia

Fizemos os testes de consumo de energia do sistema em modo ocioso e rodando o 3DMark, aplicativo que exige bastante do sistema.

É importante destacar que o consumo de energia depende bastante da placa-mãe e placa de vídeo, podendo variar consideravelmente de um sistema para outro com configurações semelhantes.

IDLE (Sistema ocioso)
Começamos pelo teste com o sistema em modo ocioso.

Rodando o 3DMark
Quando colocamos os sistemas rodando o 3DMark, temos os consumos abaixo:


Temperatura

Começamos pelos testes de temperatura, com o sistema em modo ocioso e rodando o wPrime, aplicativo que “estressa” todos os núcleos dos processadores.

IDLE (Sistema ocioso)
Iniciamos com o sistema em modo ocioso, com o Windows em espera sem estar executando tarefas, além das tradicionais do sistema.

Rodando o wPrime
Quando colocamos o sistema rodando o aplicativo wPrime, que faz todos os núcleos trabalhem em modo full, temos os consumos abaixo:

“A temperatura varia de acordo com o programa utilizado. Mesmo o wPrime estressando todos os núcleos sendo uma boa opção para ver o comportamento desse cenário, alguns programas podem exigir ainda mais do processador e, consequentemente, esquentar mais o mesmo. Como exemplo, citamos o Blender.”


Testes sintéticos

Abaixo, temos uma série de testes de desempenho com o sistema, comparando o processador analisado com outros modelos do mercado e fazendo exatamente os mesmos testes. Os testes consideram diferentes cenários de uso do processador e de outros componentes associados a dar mais desempenho ao sistema.

Procuramos testes de benchmarks para mostrar vários cenários bem distintos, desde uso profissional como o editor de vídeo Adobe Premiere até testes em jogos.

Alguns testes podem tirar maior proveito de CPUs com clocks mais altos, independente da arquitetura e do número de núcleos/threads. Já outros podem tirar mais proveito de mais núcleos/threads

Adobe Premiere CC
Mais um teste de renderização de vídeo, em um cenário real renderizando com o Adobe Premiere CC 2020 sem uso de GPU:

AIDA64 Latency
O software AIDA64 tem vários testes de performance. Separamos um que mostra um cenário diferente dos demais: a velocidade de latência das memórias, que quanto menor o resultado, melhor.

Blender
O aplicativo Blender é voltado a profissionais de edição de filmes e para manipulação de objetos 3D, sendo um bom teste real de como o sistema se comporta nesse tipo de cenário.

CineBENCH R20
O CineBench está entre os mais famosos testes de benchmarks para processadores, baseado em um teste convertendo uma imagem. Fizemos teste em Single e Multi Core, já na versão R20 lançada em março de 2019:

V-Ray
O teste V-Ray Benchmark utilizado consiste no resultado de renderização do CPU. Quanto menor for, melhor é o desempenho.

x264 Full HD Benchmark
Em um teste de conversão de vídeo Full HD, temos os seguintes resultados:

7-Zip
O software de compactação 7-Zip se tornou um dos mais populares do mundo por se tratar de um aplicativo de código aberto, possuindo também um benchmark interno que vem sendo muito utilizado para métrica de performance. Abaixo, o desempenho dos sistemas com ele:

WinRAR
Outro bom teste para medir o comportamento do processador é o WinRAR, que consegue fazer bom uso de todos os cores.

wPrime
Rodando o wPrime, teste que estressa todos os cores do processador, temos os resultados abaixo:

3DMark
Começamos nossos testes com foco em vídeo com o 3DMark, na versão Fire Strike default e Ultra (4K).


Teste em games

Agora, vamos para os games. Selecionamos alguns dos principais títulos do mercado para mostrar como os processadores se comportam utilizando configurações semelhantes, sendo sempre a mesma config dos componentes utilizados.

Assassin´s Creed Odyssey
O game da Ubisoft baseado na tecnologia DirectX 11 é uma referência de software que demanda alto desempenho tanto do chip gráfico quanto do processador – resultado do mapa amplo e complexo recriando a região da Grécia Antiga.


Battlefield V
Como um dos games com a melhor qualidade gráfica já lançados, o Battlefield V faz parte de nossa bateria de testes. Abaixo o comportamento dos sistemas rodando o game da DICE.


Counter Strike: Global Ofensive
O game competitivo é baseado em DirectX 9 e apesar das baixas exigências de performance na parte da placa de vídeo, por se tratar de um eSport, o ideal é alcançar altíssimas taxas de quadros, algo que traz alta carga tanto a CPU quanto GPU.


Cyberpunk 2077
Um dos maiores sucessos dos últimos tempos em games para PC é o Cyberpunk 2077, que agora faz parte de nossa bateria de testes. O game está rodando sobre a API DirectX 12.


GTA V
Grand Theft Auto V está entre os maiores sucessos dos últimos anos, trazendo entre seus destaques boa qualidade gráfica. Ele é um dos games que mais faz uso do CPU, sendo um ótimo teste para ver o comportamento e diferença entre esse componente. Confiram abaixo os resultados nesse game:


Red Dead Redemption 2
Novo game da RockStar, com belíssimos gráficos e uma boa referência para medir o comportamento de sistemas. Nosso teste considera o game rodando sobre a API Vulkam, que se comportou melhor tanto em placas AMD como Nvidia.


Rainbow Six Siege
O game de tiro tático da Ubisoft usa o motor AnvilNext e tem ótimo port para a API de baixo nível Vulkan. É um game bem otimizado para hardwares de entrada, mas que demanda muito poder computacional do processador e baixíssimas latências para atingir taxas de quadros elevadas.


Gráficos integrados

Rodamos uma bateria de testes para verificar o desempenho do processador e seus gráficos integrados, comparado com outros processadores na mesma situação ou placas de vídeo de entrada, como a RX 550.

O Ryzen 7 5700G mostra verdadeiros saltos em alguns dos benchmarks, mas isso conta muito mais sobre a evolução da parte de processamento do que necessariamente apenas os gráficos. Em cenários “GPU bound”, onde o trabalho intensamente mais sobre o chip gráfico, o 5700G alcança um nível de desempenho parecido com o 3400G.

O que muda aqui é que o processador do Ryzen 5 3400G se mostrou um gargalo em múltiplos desses testes, e apesar da Vega 8 do 5700G não entregar muito mais desempenho, temos um salto em alguns gráficos graças a capacidade muito maior dos núcleos de processamento em alcançar altas taxas de quadros.


Conclusão

Finalmente a AMD trouxe opções consistentes para a galera que monta seus próprios PCs, unindo tanto seus excelentes resultados em poder de processamento quanto os seus gráficos integrados. Infelizmente a série 3000G trazia bons gráficos Vega, mas o processamento ainda era limitado ao Zen+ na microarquitetura e a no máximo quatro núcleos e oito threads na estrutura. No Brasil chegou a ser vendida a série Ryzen Pro 4000G, que tinha o enfoque corporativo, e nunca propriamente um produto DIY para o usuário doméstico e gamer com tecnologias mais modernas.

Site oficial do AMD Ryzen 7 5700G

Pois o Ryzen 7 5700G acaba com esse dilema de modelos com poder gráfico mas CPU ineficiente ou processador potente mas sem gráficos. Os núcleos na microarquitetura Zen3 entregaram um altíssimo nível de desempenho em nossos testes, não fazendo feio versus excelentes produtos como o Core i7-11700K e Ryzen 7 5800X na hora de encarar renderização de vídeos ou em 3D.

Enfim a AMD resolve o dilema de bons gráficos integrados e alto poder de processamento em um produto só

Mas infelizmente houve sacrifícios. Com parte do chip alocado para a iGPU, temos aqui parte do “orçamento” de alimentação e também da área útil alocada para o gráfico Vega, mesmo quando você coloca uma placa de vídeo dedicada, trazendo efeitos colaterais como menos memória cache disponível, algo que impacta em alguns cenários. Nos mais extremos, chegamos a ver ele ficando uns 15% atrás do 5800X. É uma perda relevante, mas que ainda mantém ele “na balada” dos processadores de alto desempenho, e ainda segura posição na frente do Core i7-10700K em vários dos games. 

Nos gráficos integrados, infelizmente, não temos uma atualização tão relevante. Apesar da redução para 7nm na litografia, ainda foi usada a microarquitetura Vega. Também houve um retrocesso nas unidades computacionais, com um total de 8 no Ryzen 7 5700G, quando o Ryzen 5 3400G vinha com um total de 11. Felizmente a nova litografia liberou mais margem para frequências, levando dos 1500MHz (3400G) para impressionantes 2000MHz (5700G) e fazendo com que mesmo perdendo 3 Compute Units, o 5700G fica bem próximo do 3400G quando o assunto é performance gráfica, mas atropela ele em CPU graças ao dobro de núcleos e threads, e também ao uso do Zen3 ao invés de Zen+.

Dá para jogar games leves com a iGPU, e no futuro dar um upgrade de placa de vídeo e manter esse CPU

Isso traz uma ótima opção para o cardápio de quem monta sua máquina. Com as placas de vídeo na estratosfera, e com as poucas baratas sendo uma verdadeira negação, é uma ótima estratégia comprar um processador com um gráfico integrado e ir juntando mais grana, ou ir esperando os preços caírem, ou as duas coisas ao mesmo tempo. O problema é que modelos como o Ryzen 3 3200G e 3400G não entregavam uma performance consistente de processador para acompanhar uma placa de vídeo mais potente, então acabavam se tornando o gargalo da máquina depois desse upgrade. Agora com o Ryzen 7 5700G o consumidor tem a possibilidade de já garantir um bom processador junto com um gráfico integrado decente.

Apesar da leve perda de performance comparado a modelos sem gráficos, o 5700G está muito bem posicionado. Atualmente o Ryzen 7 5800X é encontrado por US$ 399, logo os US$ 359 fazem ele não ficar mal apesar dos 15% a menos de performance em alguns cenários, e com o bônus de trazer gráficos integrados. E apesar dos preço oficial de US$ 232, atualmente sites como a NewEgg tem vendido o Core i7-11700 pelos mesmos US$ 359. Sempre bom lembrar que não sabemos qual será o preço realmente praticado no exterior, muito menos aqui no Brasil, mas ao menos na teoria o valor está parecendo ótimo. 

PRÓS
Bom desempenho em gráficos
Performance de processador próximo dos modelos mais potentes
Bom nível de consumo e aquecimento
Preço competitivo mesmo versus CPUs sem gráficos integrados
CONTRAS
Reduções em cache para acomodar a iGPU e por consequência…
…desempenho levemente abaixo do 5800X
Sem evoluções na performance do chip gráfico integrado
Não tem suporte para PCI-Express 4.0



Fonte: https://adrenaline.com.br/analises/v/70141/analise-amd-ryzen-7-5700g-enfim-a-igpu-vega-com-um-cpu-potente

2021-08-03 10:05:04