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Meligeni e Retalha dizem que 2023 será um “ano da transição e mudanças” no Rainbow Six

25 de outubro de 2022

Após uma temporada de 2021 dourada para o Brasil no Rainbow Six Siege, com a Ninjas in Pyjamas conquistando o Six Invitational, a Team One vencendo o Six Major México e a FaZe Clan se sagrando campeã do Six Major Suécia. o Brasil finalmente se consolidou na elite do FPS da Ubisoft, embora nenhuma equipe do país tenha vencido os maiores campeonatos internacionais do R6 em 2022. E se por um lado o Rainbow Six é hoje o jogo no qual o Brasil mais conta com equipes na elite global, o jogo tem enfrentado vários desafios para manter o interesse da comunidade tanto pelo FPS, quanto pelo cenário competitivo.

Dupla de transmissão mais antiga do cenário brasileiro de R6 e presente desde a chegada do jogo ao Brasil, o narrador André “Meligeni” Oliveira e o comentarista Otávio “Retalha” Ceschi disseram em entrevista ao MGG Brasil durante a BGS que o ano de 2023 será marcado por grandes mudanças no jogo, dentro e fora do competitivo.

O objetivo, destacam, é fazer a comunidade de jogadores voltar a crescer e, com uma base maior de jogadores, os grandes campeonatos do jogo recuperarem os índices de audiência de um passado no recente. O Six Invitational 2021, por exemplo, foi o torneio com maior média de audiência da história do R6 mundial, com média 156,5 mil espectadores durante todo o evento e um pico de 306,5 mil espectadores simultâneos durante a grande final entre NIP, campeã mundial na ocasião, e Team Liquid.

Parceria de longa data e anterior ao R6

Embora Rainbow Six tenha sido lançado mundialmente em dezembro de 2015, com as primeiras edições da Elite Six e da Brazil Gaming Legue ocorrendo em 2016, a parceria de Meligeni e Retalha é ainda mais antiga, com a dupla trabalhando em campeonatos de Battlefield 4 antes da chegada do R6 ao mercado brasileiro.

“Eu comecei com o Meli lá em 2014. Eu havia acabado de me formar em Comunicação, já tinha jogado profissionalmente e ele estava precisando de um comentarista na época para os campeonatos. Trabalhamos juntos no BF4 e, lá no fim de 2015, quando o Rainbow Six estava para ser lançado, a Ubisoft entrou em contato conosco, nos apresentou o projeto do R6, com campeonatos aqui no Brasil e lá fora, e nós aceitamos a proposta. Nossa primeira reunião, inclusive, aconteceu numa BGS. No começo tínhamos uma equipe bem pequena, e na transmissão, por exemplo, éramos só nós dois ao longo de um dia inteiro de campeonatos. Mas o jogo cresceu em popularidade muito rápido, ainda ali em 2016, e se consolidou como um dos principais Esports do Brasil em pouco tempo”, conta Retalha.

Após anos atuando como profissional de tecnologia da informação (T.I.), Meligeni conta que decidiu apostar no sonho de trabalhar com Esports num momento em que se enxergava “estagnado profissionalmente”. Ele conta que sempre foi um fã de games de modo geral e de jogos competitivos, e foi a partir desse desejo de atuar no meio que ele decidiu agarrar as primeiras oportunidades como caster até finalmente entrar para o time da Ubisoft no Rainbow Six.

“Chegou um ponto que eu já não tinha mais aquele ímpeto, aquela vontade de crescer. Eu comecei ali em 2012, fazendo lives, mas foi em 2014 que a galera da ESL Brasil, que eu já conhecia na época, estava precisando de alguém para narrar um campeonato de CS:GO e eu acabei topando. Foi um desastre (brinca), mas desse desastre nasceu a paixão pela narração. Um pouco depois eu fui para o Battlefield 4, e aí surgiu de vez o sentimento de “eu não saio mais daqui dos Esports”. Logo depois veio o R6 e minha vida mudou completamente. Eu fiz minha família aqui em São Paulo, minha filha nasceu aqui, e 7 anos depois eu continuo com o mesmo amor pelo que faço. O Retalha é um amigo e um parceiro de trabalho que está comigo desde o início disso tudo, e por isso eu acho que a gente tem um entrosamento tão bom nas transmissões”, comenta.

Amadurecimento e fortalecimento da cena brasileira

Antes de finalmente se consolidar como o país mais forte do Rainbow Six mundial, o Brasil bateu na trave nos grandes campeonatos internacionais. Até então, a Pro League era o único grande evento internacional no qual o Brasil já havia sido campeão e chegado a finais. Na Pro League Season 7, disputada em Atlantic City, nos Estados Unidos, a Team Liquid venceu a Penta Sports por 2 a 1 e faturou o primeiro grande título internacional do país.

Ainda assim, as equipes brasileiras mostravam grandes dificuldades em competições internacionais mais longas. Enquanto na Pro League – campeonato que contava com 8 equipes e no qual caminho até o título exigia três vitórias em séries MD3 -, o Brasil era presença constante pelo menos nas finais, as equipes do país demonstravam grande dificuldade em eventos como o Six Invitational e o Six Major, competições com um formato mais longo, com fase grupos, playoffs e final no formato MD5. No caso do Sx Invitational, mundial da modalidade, o caminho até o título se tornou ainda mais longo a partir de 2020, quando o torneio passou a ter o formato de dupla eliminação.

Porém, se antes o Brasil não conseguia chegar a finais e conquistar títulos no Invi e no Six Major, o cenário mudou a partir de 2020, quando a Ninjas in Pyjamas foi vice-campeã mundial ao perder por 3 a 2 para a Spacestation na grande decisão, no primeiro sinal de consolidação do Brasil na elite do R6 mundial.. Em 2021, houve temporada dourada do Brasil no Rainbow Six com os tílulos do Invi e dos Majors do México e Suécia. Mesmo sem títulos até o momento, 2022 vem sendo uma temporada sem com boas campanhas, com a FaZe Clan sendo vice-campeã do Six Major Berlim e 3º lugar no Six Inivtational, a W7M chegando às semfinais em Berlim e a Team Liquid caindo nas semis do Six Major Charlotte, competição em que W7M, Team One tiveram problemas com visto e tiveram que disputar o torneio do México, de forma online e com problemas de ping.

Meligeni e Retalha que pelo menos três fatores foram fundamentais para o fortalecimento do Brasil nas grandes competições internacionais: amadurecimento das equipes, maior profissionalização da cena competitiva no país e renovação de talentos.

“Indiscutivelmente, as equipes brasileiras amadureceram muito para disputar campeonatos internacionais. Antes, era muito comum nós vermos os times daqui perderem para equipes até piores do que as nossas porque o nervosismo pesava e causava tomadas de decisão erradas, e isso é cada vez mais raro. Outro ponto claro para mim é que o cenário hoje está muito mais profissional, não apenas pela presença de orgs internacionais, como NIP, Liquid e FaZe Clan, mas também pelo ótimo trabalho que orgs brasileiras fizeram nos últimos anos, como a Team One, campeã no Major do México, e a W7M, que foi o melhor time ao longo de todo o BR6 e já tem uma semifinal no Major de Berlim”, comenta Retalha.

“O Brasil hoje é uma das grandes potências do R6 mundial, tanto que no ano passado sobrou nos principais eventos, fazendo todo o top 3 do Six Invitational e final brasileira lá o Major da Suécia, além do título da Team One no Six Major México. Ganhamos os três principais eventos com três times diferentes, algo que nenhuma outra região fez. A cena daqui também teve uma renovação de talentos muito grande, com vários jogadores que vieram de Série B, Liga Six e Copa do Brasil chegando no tier 1 brasileiro e jogando num nível altíssimo. A renovação daqui, inclusive, impactou o NA (América do Norte) e a Europa, que passaram a renovar muito mais as equipes do que faziam antes. Aquela dança das cadeiras entre os mesmos nomes de sempre praticamente acabou”, acrescenta Meligeni.

‘2023 será um ano de transição para o R6’

Em meio ao grande fortalecimento da cena brasileira de Rainbow Six, dois fatores merecem atenção especial da Ubisoft: a diminuição da base ativa de jogadores em relação a anos anteriores e a queda de audiência dos principais campeonatos. De acordo com o Steam Charts, por exemplo, Rainbow Six atingiu seu pico de jogadores em março de 2021, com quase 200 mil pessoas jogando o FPS num intervalo de 24 horas. Em março de 2022, porém, esse pico foi de “apenas 108 mil jogadores”, enquanto em setembro deste ano o jogo atingiu pouco mais de 60 mil jogadores em 24 horas.

Campeonato mais importante do Rainbow Six mundial, o Six Invitational também registrou queda de audiência este ano, tanto em pico quanto em média de espectadores. Pela primeira vez na história, o evento registrou um pico de audiência abaixo dos 300 mil espectadores na grande final, com 272,2 mil pessoas acompanhando o campeonato simultaneamente. Além disso, o evento teve uma queda de mais de 20% na audiência em relação ao ano passado. Enquanto o Invi 2021 teve média de 156,5 mil espectadores ao longo de todo o torneio, a edição de 2022 registrou média de 121,6 mil.

Já o Six Major Berlim atingiu um pico de audiência maior do que os três Majors anteriores (México, Suécia e Charlotte), com 179 mil espectadores simultâneos, enquanto os eventos anteriores de mesmo porte tiveram um auge de 137 mil (México), 100 mil (Suécia) e 121 mil (Charlotte) espectadores, o que pode indicar uma recuperação de interesse da comunidade pelo jogo.

Sobre a queda nos números de jogadores e de audiência nos grandes eventos, Meligeni e Retalha ressaltam que a Ubisoft está atenta aos números e promovendo mudanças no presente e no futuro para o FPS tático recuperar o fôlego de outrora.

“Eu acho que o futuro do R6 é muito promissor, principalmente para 2023 e 2024. O ano que vem será um ano de transição no Rainbow Six em vários aspectos. Eu não posso revelar quais mudanças são essas, mas a Ubisoft está atenta aos números do jogo e 2023 será um ano que a gente vai mudar a cara dos Esports no Rainbow Six, e com essas mudanças eu tenho certeza que o jogo e o cenário competitivo vão voltar a crescer. A gente tá com muita coisa já preparada para anunciar, a começar pelo próprio Six Invitational, e eu tenho certeza de que são mudanças no caminho certo para trazer mais gente para a comunidade”, salienta Meligeni.

“O Rainbow Six já está completando o seu sétimo ano, e a gente sabe que são poucos os jogos competitivos depois de 7 anos que continuam apresentando bons números. O R6, felizmente, é um desses jogos. Obviamente houve uma queda de jogadores e de audiência 2021 para cá, e a Ubi tem trabalhado em mudanças para ampliar a base. O R6 sempre foi um jogo complicado para novatos, mas passou a ser simplificado justamente para atrair mais jogadores, e acho que esse processo poderia ter começado antes, inclusive. Veio o TDM (team deathmatch) e algumas habilidades de operadores foram simplificadas, enquanto outras mudanças não agradaram tanto. Mas, hoje, acho que o jogo hoje está muito bom para atrair novos jogadores e até trazer de volta uma galera que largou o r6 nos últimos anos”, opina Retalha.

esports

Em comunicado oficial, Ubisoft disse que, apesar das mudanças, categorias de base para revelação de novos talentos ainda será e reforçou que abrirá novas possibilidades para times amadores e semiprofissionais

Competição conta com 8 participantes e dará 4 vagas no último grande campeonato internacional da temporada. W7M, Team Liquid, FaZe Clan e Black Dragons representam o Brasil

Fonte: https://news.google.com/__i/rss/rd/articles/CBMiK2h0dHBzOi8vYnIubWlsbGVuaXVtLmdnL25vdGljaWFzLzEyMzIwLmh0bWzSAS9odHRwczovL2JyLm1pbGxlbml1bS5nZy9hbXAvbm90aWNpYXMvMTIzMjAuaHRtbA?oc=5

2022-10-25 11:30:00